coruja-buraqueira
A coruja-buraqueira (Athene cunicularia) é uma espécie de coruja pequena, ágil e bastante adaptável.
Diferente de muitas outras corujas, ela tem hábitos diurnos e pode ser encontrada em diversos tipos de ambientes abertos.
Seu nome popular vem do fato de usar buracos no solo como abrigo, geralmente tocas abandonadas por outros animais, como tatus e roedores.
Características físicas e morfológicas
A coruja-buraqueira mede entre 20 e 30 centímetros de comprimento e pesa cerca de 150 a 250 gramas.
Sua plumagem tem tons de marrom e bege, com manchas e listras que oferecem excelente camuflagem em ambientes terrestres.
Diferente de algumas corujas maiores, ela não possui “orelhas” aparentes, e seus olhos amarelos vibrantes garantem uma visão apurada tanto de dia quanto à noite.
Além da excelente visão, essa coruja conta com audição altamente sensível, essencial para detectar presas em meio à vegetação ou até mesmo sob a terra.
Suas asas curtas e arredondadas conferem agilidade em voos baixos, facilitando a caça.
Hábitos e comportamento
Uma característica marcante da coruja-buraqueira é seu comportamento curioso e ativo.
Durante o dia, ela pode ser vista empoleirada sobre estacas de cerca, arbustos baixos ou simplesmente à beira de sua toca, sempre atenta ao menor movimento ao redor.
Esse hábito vigilante ajuda a proteger seu território de possíveis predadores, como gaviões, cobras e pequenos mamíferos carnívoros.
Elas vivem em pares ou pequenos grupos familiares.
Se sentirem perigo, fazem movimentos de alongamento e abaixam-se para se camuflar.
Quando necessário, emitem assobios e estalos para intimidar ameaças.
Além disso, são extremamente fiéis ao local onde vivem e frequentemente reutilizam a mesma toca por anos.
Alimentação
A coruja-buraqueira é uma predadora versátil.
Sua dieta varia conforme a disponibilidade de presas na região.
Ela se alimenta de insetos, como gafanhotos e besouros, pequenos roedores, lagartos e até pequenos pássaros.
Diferente de outras corujas, que caçam principalmente em voo, a coruja-buraqueira caça muitas vezes no solo, capturando presas diretamente no chão.
Reprodução e ciclo de vida
O período reprodutivo ocorre, geralmente, entre a primavera e o verão.
A fêmea põe de 4 a 10 ovos em sua toca subterrânea, onde os filhotes permanecem protegidos até se desenvolverem.
O macho assume a responsabilidade de buscar alimento, garantindo que os filhotes cresçam saudáveis.
Após cerca de um mês, os jovens começam a explorar os arredores e, em poucos meses, já são capazes de voar e caçar sozinhos.
A expectativa de vida da coruja-buraqueira pode chegar a 10 anos na natureza, embora a média seja menor devido à predação e impactos humanos, como a destruição do habitat.
Distribuição geográfica e habitat
A coruja-buraqueira possui ampla distribuição, sendo encontrada em quase toda a América do Sul, América Central e partes da América do Norte.
No Brasil, é uma espécie comum em campos, cerrados, áreas rurais e até mesmo em ambientes urbanos, como parques e terrenos baldios.
Sua capacidade de adaptação a diferentes ecossistemas a torna uma das corujas mais observadas no país.
Importância ecológica
Essa coruja desempenha um papel crucial no equilíbrio ecológico.
Como predadora de pequenos animais, ajuda a controlar populações de roedores e insetos, evitando surtos que poderiam prejudicar plantações e o equilíbrio do ecossistema.
Além disso, suas tocas podem ser aproveitadas por outras espécies, contribuindo para a biodiversidade local.
Ameaças e conservação
Apesar de não estar globalmente ameaçada, a coruja-buraqueira enfrenta desafios devido à urbanização e ao uso indiscriminado de pesticidas, que reduzem sua oferta de alimento.
Além disso, ataques de cães e gatos domésticos podem representar um risco para seus filhotes.
Algumas iniciativas de conservação, como a proteção de áreas de campo aberto e a conscientização sobre a importância da espécie, ajudam a garantir sua preservação.
Curiosidades sobre a coruja-buraqueira
- Diferente da maioria das corujas, ela é ativa tanto de dia quanto à noite.
- Pode fazer movimentos de “aceno de cabeça”, comportamento que melhora a percepção de profundidade.
- É uma das corujas mais fotografadas no Brasil devido ao seu hábito de permanecer visível em áreas abertas.
- Quando se sente ameaçada, pode imitar o som de cascavéis para assustar predadores.
Portanto, a coruja-buraqueira é um exemplo fascinante de como a vida selvagem se adapta a diferentes desafios e ambientes.
Sua presença é um indicativo de ecossistemas equilibrados e saudáveis.
Dessa forma, compreender sua importância e respeitar seu espaço é essencial para a preservação dessa espécie encantadora.
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